Posso fazer auriculoterapia em casa?

Essa publicação é uma reflexão e um convite. Preciso ser profissional da saúde para aplicar a auriculoterapia? É algo que pode ser feito em casa?

Essa publicação faz parte de uma série de publicações sobre a acupuntura auricular:

• Auriculoterapia na perspectiva da Medicina Tradicional Chinesa

• Auriculoterapia na perspectiva da reflexologia

• Auriculoterapia na perspectiva da medicina contemporânea

• Posso fazer auriculoterapia em casa?

• Dúvidas e curiosidades sobre auriculoterapia

A auriculoterapia, ao longo de suas diferentes abordagens, se estabelece como uma prática terapêutica de ampla aplicabilidade. Algumas vertentes, como a Medicina Tradicional Chinesa, exigem um conhecimento aprofundado sobre os microssistemas, os meridianos e a circulação do Qi. Outras, como a reflexologia francesa, apresentam uma abordagem mais acessível, que pode ser aplicada de maneira prática e segura no dia a dia.

Diante disso, surge uma reflexão: a auriculoterapia poderia ser incorporada como uma estratégia de autocuidado? Gosto de pensar que o trabalho do médico é promover a autonomia no cuidado com a saúde, e essa prática pode representar uma alternativa natural e eficaz para lidar com sintomas cotidianos. Se é comum que muitas pessoas tenham em casa uma caixa de medicamentos para o alívio de desconfortos leves, por que não substituir ou complementar esse hábito com a auriculoterapia?

A estimulação dos pontos auriculares pode auxiliar no alívio de tensões, na regulação do sono, na redução da ansiedade e no equilíbrio geral do organismo. Além disso, trata-se de uma prática minimamente invasiva e com baixo potencial de efeitos adversos.

Obviamente, há limites. Sintomas persistentes, atípicos ou de maior gravidade exigem avaliação de um profissional de saúde, quando chega a hora de procurar por nosso/a médico/a de família. No entanto, para desconfortos leves e ocasionais, a auriculoterapia pode ser um recurso valioso, promovendo um cuidado mais natural e consciente.

Assim, incentivar a difusão dessa prática entre indivíduos e famílias pode ser um caminho para estimular a autonomia em saúde, reduzir o uso indiscriminado de medicamentos e reforçar a conexão com o próprio corpo.

Paulo Henrique Mai, médico acupunturista, em parceria com a Drª Natália Pierdoná, médica de família e comunidade